Como bióloga, sempre estudei e achei lindo a genética!
Talvez muito influenciada pela minha avó materna. Não porque ela me incentivou
nos estudos, mas porque sempre fui muito parecida fisicamente com ela. Aliás,
eu e minha irmã mais nova. Se pegarmos fotos da minha vó quando criança podemos
dizer que somos nós! Sendo assim, eu sempre brinco com minha avó dizendo o
quanto é bom saber que vou continuar linda quando ficar mais velha! Modesta eu?
Talvez não! Mas o comentário é para elogiar ela mesmo!
Bom, com essa genética tão forte em minha vida, como aceitar
ter um filho que não tenha a minha genética? Afinal nos perpetuamos no tempo
través dela! Será? As pessoas são lembradas na história pelo que fizeram e não
pelos seus cromossomos!
Difícil decisão! Então por que não ficar tudo em família?
Será que minhas irmãs aceitariam me dar alguns óvulos delas? Assim eu ainda
teria a chance de manter minha genética (ou algo próximo)! Esses meus dois
amores não tiveram a menor dúvida em aceitar! Tivemos muitas conversas,
conversas sérias, cartas na mesa, perguntas. Mas sempre na certeza que
estariamos fazendo a coisa certa. Encontramos um médico que aceitasse a nossa
proposta (na época não havia nenhuma recomendação do Conselho Federal de
Medicina –vou falar sobre isso num outro post) e fomos em frente!
Minha irmã mais nova começou as induções e para a surpresa
dela não produziu muitos óvulos. Como ela ainda não tinha filhos, resolvemos
guardá-los. Mais uma indução sem sucesso e nada! Depois dessa, ela resolveu
tentar ter filhos. A menopausa precoce pode ser genética e na minha famíla
sabemos de casos que confirmam isso! Apesar de todas já terem filhos! Para
nossa alegria ela engravidou logo e teve uma linda menina!! Chegou a vez da
minha irmã mais velha... A mesma coisa! Sem sucesso. Neste processo se passou 1
ano e meio e o suficiente para eu amadurecer a questão de receber um óvulo cuja
genética era desconhecida. Afinal o
desejo de ter um filho e engravidar era muito grande!
Muitas conversas com o médico sobre as características que
considerávamos importantes! Ele era um bom ouvinte! Meu biotipo é comum, então
não seria difícil achar alguém com minhas características. Mas ainda assim era
importante (pra mim) que achasse alguém parecida comigo!!
Primeira tentativa, segunda tentativa, terceira tentativa,
quarta tentativa, quinta tentativa... Socorro!! Será que nunca dará certo para
mim? Em todos os casos os embriões eram de “baixa qualidade”. Mas por que?
Afinal as doadoras tinham “bons embriões” e engravidavam. Os resultados do meu
marido mostravam que os espermatózóides estavam ok! Mesmo assim o médico
recomendou um antibiótico e vitaminas para tomar um tempo antes da coleta. Não
aguentava mais esse sofrimento todo! Afinal a vida meio que pára durante este processo!
Sexta tentativa: três embriões, dois “ruins” e um “mais ou
menos”. Bom, vamos implantá-los então! Não vou criar expectativas. São 11 dias
até o exame de sangue. Neste dia fui ao laboratório e coletei o sangue. Depois
segui para o batizado da minha sobrinha. Neste dia comecei a sentir cheiros!
Era algo mais forte! Isso é besteira! Não pense que vai dar positivo!
Segui para casa e de noite abri o resultado só por abrir. Já
conhecia aquele negativo. O que? Hormônio Gonadotrófico Corionico (HCG) – 158 mUI/ml.
Tem um número!!!!!!!!!!!!!! A partir daí fiquei chorando por um bom tempo. Meu
marido veio me consolar e eu não conseguia explicar que o choro era de alegria,
pois era um choro nervoso de quem não acreditava. Liguei para mãe, irmãs e a
mesma coisa! Custaram a ententer que era alegria!!!! Tem um bebê dentro de mim!
Em conversas sobre medo de não gostar do filho ou rejeitá-lo
com meu médico ele disse que no momento em que visse ele sair da minha barriga
eu iria me apaixonr por ele. Não foi assim...
Minha primeira ultra foi com 5 semanas. É um momento tenso!
A ultra serve para ver se o embrião se desenvolveu e se o coração começou a
bater. Ou seja, se a gravidez foi adiante. Ai! Tomara que esteja tudo bem!
No momento que ligou o monitor da ultra eu percebi que
estava grávida mesmo. Aquela imagem eu nunca tinha visto (e olha que eu só
tinha visto o endométrio). De repente aparece uma cosinha, sem forma, com uma
luzinha piscando rapidamente no meio. Era ele! Ohhhhhh! Me apaixonei (e chorei
é claro!)!!! O médico ligou o som e ouvimos os batimentos
(chchchuchchcuchchcu...) e o meu coração rapidamente acelerou também! Saí da
ultra dizendo ao meu médico que não precisaria esperar o nescimento dele pra me
apaixonar. Já tinha gamado!
Na segunda ultra ele já tinha forma de gente! Braços,
pernas, tronco e cabeça! Meu filho!!! Me apaixonei ainda mais! A cada ultra me
apaixonava mais (mesmo achando que isso não era possível).
Nasceu! O amor multiplicou várias vezes! Hoje ele está com 1
ano e meio e, não sei como, o amor continua aumentando! Não que eu amasse ele
pouco antes, mas é que amor de mãe vai aumentanto mesmo!
Ao infinito e além!